A maioria dos doentes com esclerose múltipla encontra-se inativa, segundo um estudo que indica que a maior parte dos inquiridos viu a sua vida profissional alterada após a doença ser diagnosticada.
O estudo, realizado pela empresa de investigação aplicada Spirituc
sobre “Empregabilidade e Esclerose Múltipla”, resultou de 482
questionários, e foi hoje apresentado durante o Fórum Esclerose Múltipla
e Emprego, uma iniciativa do Serviço de Neurologia do Hospital Garcia
de Orta, em Almada.
Para a maioria dos inquiridos (56 por cento), o diagnóstico de
esclerose múltipla “produziu alterações na situação profissional”.
Estas alterações, lê-se nas conclusões do estudo, “tiveram maior
intensidade entre os indivíduos mais velhos, com menor escolaridade, com
diagnósticos mais antigos da doença, que têm limitações induzidas pela
doença ou usam recursos de apoio”.
As alterações mais frequentes produzidas pela esclerose múltipla,
identificadas no estudo, foram a necessidade de passagem à reforma -
metade dos indivíduos que registou alterações na vida profissional
reformou-se -, mudança das tarefas profissionais, adaptação do posto de
trabalho, a baixa médica ou a redução de horário.
Dos doentes ativos, 42,5 por cento apontaram alterações na vida
profissional induzidas pela doença, entre as quais mudanças de tarefas,
adaptações do posto de trabalho e redução do horário.
Dos indivíduos inativos inquiridos para este estudo, 41,5 por cento
foi despedido ou reformou-se, 33,2 por cento desistiu, por falta de
capacidade para trabalhar, e 15,7 por cento atingiu o limite de baixa
por doença.
A investigação refere que, entre os desempregados, predominam os desempregados de longa duração (75,8 por cento).
Entre os reformados, 41,1 por cento concordou com a reforma e 38,4 por cento admite que foi forçado a reformar-se.
A esclerose múltipla é uma doença neurológica inflamatória do Sistema
Nervoso Central que surge habitualmente no jovem adulto, com idades
compreendidas entre os 20 e os 50, anos, e afeta as mulheres duas vezes
mais do que os homens.
Em Portugal, estima-se que existam cerca de 54 casos de esclerose múltipla em 100 mil habitantes.
Fonte: Diário Digital
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