quinta-feira, 5 de junho de 2008

Célula-tronco pode curar doença neurológica fatal

Pela primeira vez na história da medicina e com a ajuda das células-tronco, especialistas norte-americanos e chineses curaram ratos portadores de condições neurológicas similares a uma doença fatal entre crianças. A conquista da ciência, divulgada apenas seis dias depois de o Supremo Tribunal Federal (STF) aprovar as pesquisas no Brasil, deve abrir novas perspectivas para o tratamento da esclerose múltipla e de leucodistrofias pediátricas.

A equipe do neurocientista Steve Goldman, chefe da Divisão de Terapia Celular e Gênica da Universidade de Rochester, aplicou uma injeção com 300 mil células-tronco gliais – estruturas capazes de regenerar o tecido nervosos – no cérebro de 26 roedores acometidos por tremores. Dois meses depois, essas células-tronco se multiplicaram e se espalharam por quase todo o sistema nervoso central. Durante vários meses, as células-tronco produziram mielina, uma substância esverdeada e gordurosa que cobre as células nervosas e tem papel importante na eficiência da condução dos impulsos elétricos entre neurônios e nervos. A ausência ou a falta de mielina leva a algumas doenças neurodegenerativas.

Dos 26 ratos tratados com células-tronco, três quartos morreram de ataques epilépticos, e seis deles tiveram uma sobrevida maior que a esperada. Quatro roedores ainda viviam um ano depois do tratamento, livres de convulsões e dos demais sintomas. Goldman explicou que as cobaias tinham um distúrbio neurológico parecido com a doença de Pelizaeus-Merzbacher, um transtorno raro e progressivo de desmielinização. "As células-tronco gliais foram retiradas do tecido do cérebro de fetos humanos", comentou o autor da pesquisa. "A estratégia é particularmente apropriada para o tratamento de doenças pediátricas resultantes da falta de mielina, do desparecimento da matéria branca do cérebro, de algumas formas de paralisia cerebral e de patologias como doenças de Tay-Sachs, de Krabbe, de Canavan e adrenoleucodistrofia (desordem que provoca degeneração da bainha de mielina)", acrescentou.

De acordo com Goldman, a pesquisa deverá ser "muito relevante" para a esclerose múltipla, mielite transversa e neurite ótica - inflamação do nervo ótico que pode levar à perda total de visão. "A esclerose múltipla é um alvo mais difícil por compreender um processo inflamatório autoimune e a morte de neurônios", comentou o neurocientista. A expectativa é de que os testes clínicos com humanos comecem dentro de dois anos. "Precisamos obter o apoio e a aprovação da FDA (agência reguladora de drogas e medicamentos nos Estados Unidos)." Enquanto isso, Goldman e sua equipe avalia a utilidade de um tratamento simultâneo à base de anticonvulsivos nos próprios ratos. O objetivo é ampliar o tempo de vida dos animais para permitir a suficiente mielinização. Os especialistas constataram que em 13 meses os neurônios das cobaias ficaram praticamente repovoados de mielina.
Fonte: uai.com.br

1 comentário:

Anónimo disse...

vou matar um feto para eu ter vida?Então essa criança não tem direito a viver?Nós c EM queremos viver mesmo com limitações, à criança ninguém lhe pergunta se quer viver.
Nós temos a mania que somos muito inteligentes,ficamos horrorizados com maus tratos a crianças ou quando são mortas,mas a um feto já se aceita.Um fecto desde a concepção já è um ser Humano.