Bayer abandona planos de comercialização do fármaco
A farmacêutica alemã Bayer pôs de parte as suas intenções de comercializar o Betaferon 500 (Interferão beta-1b) depois de um estudo ter demonstrado que o fármaco não tem quaisquer benefícios no tratamento da esclerose múltipla para além dos obtidos com a dose existente de 250 microgramas.
O ensaio clínico não conseguiu comprovar que o Betaferon 500 mcg era mais eficaz do que o Betaferon 250 mcg ou do que o Copaxone (Acetato de glatirâmero), produzido pela rival Teva, na prevenção das recidivas dos pacientes com esclerose múltipla, revelou o laboratório num comunicado emitido esta segunda-feira.
O abandono dos planos para submeter o medicamento à aprovação da entidade reguladora vai obrigar a empresa enfrentar uma despesa de 152 milhões de euros.
O Betaferon é um dos fármacos com os quais a Bayer conta para impulsionar o seu crescimento enquanto aguarda as receitas provenientes de novos medicamentos, como é o caso do Nexavar destinado ao tratamento do carcinoma hepatocelular e que recentemente recebeu revisão prioritária por parte da Administração Norte-Americana dos Alimentos e Fármacos (FDA).
“A dose padrão de Betaferon 250 microgramas é a dose mais adequada de Betaferon”, afirmou Douglas Goodin, professor de neurologia na Universidade da Califórnia, em São Francisco, Estados Unidos da América, em declarações à Bloomberg.
No mesmo documento, a Bayer revela ainda que prevê que as receitas provenientes do Betaferon, cujas vendas atingiram os 500 milhões de euros no primeiro semestre do ano, aumentam entre 7 e 9 por cento em 2007 e 2008.
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