Na passada sexta-feira, a agência Lusa noticiou que o Hospital de Braga garantiu não ter recusado medicamentos a qualquer utente, nomeadamente a doentes com esclerose múltipla, e vai manter, na íntegra, as obrigações decorrentes da sua integração no Serviço Nacional de Saúde, citando fonte da administração. Em causa estavam as informações divulgadas pelo PCP de Braga e pela associação TEM - Todos com a Esclorose Múltipla, segundo as quais a farmácia hospitalar teria recusado medicamentos a doentes crónicos.
"Chegaram à TEM várias reclamações de pessoas que se deslocaram à farmácia hospitalar Escala (antigo Hospital de São Marcos), como era habitual, para levantarem a sua medicação e foram confrontados com o facto de que a sua medicação não lhe podia ser entregue, ou que só poderia levar apenas parte da medicação correspondente a uma ou duas semanas (antes era de um mês)", acusa a associação, em comunicado enviado ao RCM Pharma.
"Durante os primeiros sete dias deste mês, tivemos conhecimento de 18 doentes, apenas numa semana, que passaram por esta situação. Destes 18, 3 não levaram qualquer tipo de medicação, apesar de 2 destes 3 terem de fazer medicação em ambiente de ambulatório (hospital de dia) e o terceiro foi para casa sem qualquer medicação", acrescenta a TEM.
Segundo a associação, "no primeiro contacto para esclarecimento dos factos, dia 7, a Administração do Hospital de Braga negou-os, nomeadamente ao deputado António José Seguro no próprio dia 7. Posteriormente, informou-nos que deveria ter sido uma má interpretação por parte da Direcção da farmácia hospitalar. Não sabemos qual foi a instrução mal interpretada. Ao que sabemos, as alterações ao documento, ou o novo documento, acerca das instruções de como a medicação deve ser dada aos doentes crónicos, não costa as assinaturas do Presidente da Comissão de Farmácia, nem da Directora Clínica do Hospital".
A TEM garante que "todos os doentes de Esclerose Múltipla (EM) que deveriam fazer a medicação em ambulatório não o fizeram, pelo menos até sexta-feira, dia 9, porque a farmácia hospitalar não forneceu a medicação, apesar desta ter sido solicitada pelo serviço de neurologia à farmácia hospitalar. Sabemos que os doentes de outras patologias crónicas, que fazem medicação em ambulatório, nomeadamente os oncológicos e os de urologia também tiveram ou têm o mesmo problema".
"Houve dois doentes a quem o médico retirou a medicação, por razões estritamente clínicas e, por isso, não lhes foi dado o medicamento", garantiu à Lusa o presidente do Conselho Executivo do Hospital de Braga, Hugo Meireles.
Hugo Meireles disse à agência Lusa que o Hospital instituiu, também, uma regra clínica que determina que os doentes crónicos sejam observados, pelo menos, de quatro em quatro meses: "Não faz sentido dar medicamentos para um ano a um doente sem que ele seja acompanhado pelo médico", sustentou.
Nesse sentido - frisou -, o médico acompanhará o doente regularmente, dando-lhe, se for caso disso, a medicação para o período de quatro meses e nunca de um ano.
O gestor hospitalar diz que a racionalização da gestão da farmácia e de outros serviços clínicos nada tem a ver com recusa de entrega de medicamentos ou de qualquer consulta e exame médico: "Integramos o Serviço Nacional de Saúde (SNS) como qualquer outro hospital e estamos ao serviço dos doentes", acentuou.
"Pelo menos nos doentes de EM, a argumentação da Administração do Hospital de Braga é um falso problema pois, no nosso caso, tínhamos no mínimo consultas 2 vezes por ano (seis em seis meses). Se passarmos a ter 3 consultas por ano (quatro em quatro meses) que podem ser administrativas, isto é, sem a presença do doente, não vemos qualquer vantagem para o doente. Para efeitos estatísticos serão contabilizadas a cada doente 3 consultas por ano. Será que os doentes podem exigir ter efectivamente estas consultas? O Estado paga ao hospital cada consulta", responde a TEM.
A associação diz pensar "que o problema da entrega da medicação por parte do Hospital de Braga aos doentes de EM (pelo menos são os casos que conhecemos) está resolvido. Pelo menos, este mês o problema está resolvido".
O PCP anunciou na passada quinta-feira que vai questionar o Governo sobre uma alegada recusa do Hospital em fornecer medicamentos a doentes.
Fonte: RCM Pharma
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