Durante muito tempo, as pessoas com esclerose múltipla (EM) foram recomendadas a reduzir a actividade física. Esse tipo de orientação permite controlar a fadiga e diminuir o risco de exacerbação dos sintomas da doença.
No entanto, a adopção de um estilo de vida sedentário aumentou indirectamente o risco de doenças cardíacas e em outras condições associadas ao sedentarismo a distúrbios característicos da EM.
Mais recentemente, tem sido invertida essa tendência e grupos de indivíduos com EM têm-se envolvido em programas com exercícios físicos e alcançado benefícios similares àqueles obtidos por pessoas saudáveis.
Quando comparados a pessoas saudáveis, indivíduos com EM apresentam défices na capacidade aeróbia e força. Não obstante, são verificadas melhorias no seu estado físico global sem que exista acrescido risco ao desenvolvimento de surtos decorrentes do treino. Considerando o crescente número de pesquisas com exercícios físicos para pessoas com EM e sua consequente indicação para a promoção de saúde e qualidade de vida, propomos algumas directrizes a seguir.
O seu médico deve ser sempre consultado antes de iniciar a pratica de exercício físico. Poderá fornecer informações preciosas acerca da progressão da doença e das especificidades do quadro clínico actual. Poderá ainda indicar dificuldades e limitações fisiológicas peculiares de cada paciente, o que pode ser fundamental para a determinação de um programa adequado de exercícios.
A constante troca de informações com o médico deve ser mantida para que sejam realizadas as alterações adequadas sempre que necessário.
Será necessária uma avaliação da função motora. O estabelecimento de parâmetros para avaliação pode ser útil para quantificar a evolução do aluno.
A atenção ao progresso da doença é importante para a orientação de exercícios físicos para pessoas com EM.
Considerando as capacidades, limitações e objectivos pessoais, pode-se estabelecer o programa mais adequado de exercícios físicos. De maneira geral, recomendam-se exercícios de volume e intensidade moderada, com sessões em dias intercalados que permitam sua adequada recuperação.
Exercícios aquáticos
Estes exercícios são adequados para estes doentes.
O desenvolvimento das capacidades de força e resistência muscular localizada podem ser alcançados em meio aquático pela participação em aulas conhecidas, como a hidroginástica ou hidroterapia.
Já para o aumento da capacidade aeróbia, podem ser procuradas aulas natação, desde que essas não obriguem a esforços muito intensos que aumentem significativamente a fadiga.
Exercícios aeróbios
As orientações do ACSM (POLLOCK et al, 1998) para a prescrição do treino aeróbio são:
• Frequência: pelo menos três dias por semana.
• Intensidade: 65 - 70% da frequência cardíaca máxima, ou 55-60% do VO2max.
• Duração das sessões: 30 minutos de actividade aeróbia contínua ou intervalada.
• Modalidade de treino: ciclo-ergometro horizontal ou vertical de pernas e braços ou natação.
Sugerem-se actividades de baixo impacto como yoga e tai-Chi. Indivíduos com pouco ou nenhum deficit motor poderão seguir programas similares aos propostos para pessoas saudáveis.
Fonte: MedicosDePortugal.pt
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